terça-feira, 29 de maio de 2012

Enem Inscrição 2012

Enem

Inscrição 2012


Prezado Participante, 

Todas as informações prestadas nesta inscrição são de sua inteira responsabilidade. Confira atentamente todos os seus dados.
Após a confirmação da inscrição, qualquer alteração nos dados cadastrais será feita por meio do acompanhamento da inscrição.
O Inep não se responsabiliza por informações incorretas ou não recebidas por motivos de ordem técnica, como falhas de computadores ou outros que impossibilitem a conclusão da inscrição.


A taxa de inscrição para participar do ENEM 2012 é de R$ 35,00 (trinta e cinco reais). No entanto, estão isentos do pagamento da taxa:
  • Automaticamente: Alunos matriculados no último ano (concluintes) do Ensino Médio em instituições públicas de ensino (federais, estaduais e municipais);
  • Mediante Declaração de Carência: Demais participantes, desde que declarem carência no ato de sua inscrição e que a declaração seja aprovada pelo Inep.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Senso Comum e Atitude Científica

 
Há uma grande diferença entre nossas certezas cotidianas e o pensamento científico. Nossas opiniões cotidianas formam o senso comum da nossa sociedade, criam certezas que são transmitidas de geração a geração, e muitas vezes, se transformam em crença religiosa, tornando-se uma doutrina inquestionável. Vejamos alguns exemplos:
O Sol é menor do que a Terra, o Sol se move em torno da Terra que permanece imóvel, as cores existem em si mesmas. A família é uma realidade natural criada pela natureza para garantir a sobrevivência humana e para atender à afetividade natural dos humanos, que sentem necessidade de viver juntos.
O conhecimento científico desconfia da veracidade de nossas certezas, de nossa adesão imediata às coisas, da ausência de critica e da falta de curiosidade. Por isso onde vemos fatos e acontecimentos, a atitude cientifica vê problemas e obstáculos, aparências que precisam ser explicadas e, em certos casos, afastadas. Retornemos aos nossos exemplos:
A astronomia demonstra que o Sol é muitas vezes maior do que a Terra e, desde Copérnico, que é a Terra que se move em torno do Sol. A óptica demonstra que as cores são ondas luminosas, obtidas pela refração e reflexão ou decomposição da luz branca. Historiadores e antropólogos mostram que o que entendemos por família (pai, mãe, irmãos, esposa, marido) é uma instituição social recentíssima – data do século XV – e é própria da Europa ocidental, mostram também que não é um fato natural, mas uma criação humana, exigida por condições históricas determinadas.

Características do Senso Comum

Um breve exame dos nossos saberes cotidianos e do senso comum de nossa sociedade revela que possuem algumas características que lhes são próprias:
- são subjetivos, isto é, exprimem sentimentos e opiniões individuais ou de grupos, variando de uma pessoa para outra ou de um grupo para outro, dependendo das condições em que vivemos.
- por serem subjetivos, levam a uma avaliação qualitativa das coisas conforme os efeitos que produzem em nossos órgãos dos sentidos ou conforme os desejos que despertam em nós e o tipo de finalidade ou de uso que lhes atribuímos.
- agrupam-se ou distinguem-se conforme as coisas e os fatos nos pareçam semelhantes ou diferentes.
- são individualizadores, isto é, cada coisa ou cada fato nos parece como um indivíduo distinto dos outros por possuir qualidades que nos afetam de maneira diferente.
- mas são também generalizadores, pois tendem a reunir numa só opinião ou numa só idéia coisas e fatos julgados semelhantes.
- em decorrência das generalizações, tendem a estabelecer relações de causa e efeito entre as coisas ou entre os fatos.
- não se surpreendem nem se admiram com a regularidade, constância, repetição e diferença das coisas, mas, ao contrário, a admiração e o espanto se dirigem para o que é imaginado como único, extraordinário, maravilhoso ou miraculoso.
- pelo mesmo motivo e não por compreenderem o que seja a investigação cientifica, tendem a vê-la quase como magia, considerando que ambas lidam com o misterioso, o oculto, o incompreensível.
- costumam projetar nas coisas ou no mundo sentimentos de angustia e de medo diante do desconhecido.
- por serem subjetivos, generalizadores, expressões de sentimento de medo e angustia e de incompreensão quanto ao trabalho cientifico, nossas certezas cotidianas e o senso comum de nossa sociedade cristalizam-se em preconceitos com os quais passamos a interpretar a realidade que nos cerca e todos os acontecimentos.

Características do pensamento cientifico

Em quase todos os aspectos podemos dizer que o pensamento filosófico-cientifico opõe-se ponto por ponto às características do senso comum:
- é objetivo, pois procura as estruturas universais e necessárias das coisas investigadas.
- é quantitativo, ou seja, busca medidas, padrões, critérios de comparação e de avaliação para coisas que parecem diferentes.
- é homogêneo, isto é, busca as leis gerais de funcionamento dos fenômenos, que são as mesmas para os fatos que nos parecem diferentes.
- é generalizador, pois reúne individualidades sob as mesmas leis, os mesmos padrões ou critérios de medida, mostrando que possuem a mesma estrutura, embora sejam sensorialmente percebidas como diferentes.
- é diferenciador, pois não reúne nem generaliza por semelhanças aparentes, mas distingue entre os que parecem iguais, desde que obedeçam a estruturas diferentes.
- só estabelece relações causais depois de investigar a natureza ou estrutura do fato estudado e suas relações com outros semelhantes e diferentes.
- surpreende-se com a regularidade, a constância, a freqüência, a repetição e a diferença das coisas e procura mostrar que o maravilhoso, o extraordinário ou o milagroso é um caso particular do que é regular, normal, freqüente.
- distingue-se da magia. A atitude cientifica opera um desencantamento do mundo, mostrando que nele não agem forças secretas, mas causas e relações racionais que podem ser conhecidas e que tais conhecimentos podem ser transmitidos a todos.
- afirma que, pelo conhecimento, o homem pode libertar-se do medo e das superstições, deixando de projetá-los no mundo e nos outros.
- procura renovar-se continuamente, evitando a transformação das teorias em doutrinas e destas em preconceitos sociais. O fato cientifico resulta de um trabalho paciente e lento de investigação e de pesquisa racional, aberto a mudanças, não sendo nem um mistério incompreensível nem uma doutrina geral sobre o mundo.
A ciência distingue-se do senso comum porque este é uma opinião baseada em hábitos, preconceitos, tradições cristalizadas, enquanto a primeira baseia-se em pesquisas, investigações metódicas e sistemáticas e na exigência de que as teorias sejam internamente coerentes e digam a verdade sobre a realidade. A ciência é conhecimento que resulta de um trabalho racional.

As atividades econômicas e o espaço brasileiro



1.PERÍODO PRÉ-COLONIAL (1500/1530) 

Fase caracterizada por uma certa marginalização de Portugal em relação ao Brasil. O interesse português neste momento era o comércio com as Índias. Ademais, os portugueses não encontraram na área colonial -de imediato -produtos lucrativos. À exceção do pau-brasil, que seria extraído pelos indígenas.

Neste período a Metrópole realizou algumas expedições no litoral brasileiro, sem fins lucrativos ou colonizadores.
Em 1501, sob o comando de Gaspar de Lemos, chegou uma expedição com o objetivo de reconhecimento geográfico.

Em 1503, uma nova expedição, sob o comando de Gonçalo Coelho; prosseguiu o reconhecimento da nova terra. O navegador italiano Américo Vespúcio acompanhava as duas expedições.

Além destas expedições de reconhecimento da nova terra, Portugal enviou outras duas expedições -em 1516 e 1526 -com objetivos militares. Foram as chamadas expedições guarda-costas, comandadas por Cristovão Jacques, com a missão de aprisionar navios franceses e espanhóis, que praticavam o contrabando no litoral brasileiro.
Estas expedições contribuíram para a fixação - em solo brasileiro ­dos primeiros povoadores brancos: degredados, em sua maioria.

2. PERÍODO COLONIAL (1530/1822) 

O início da colonização brasileira é marcada pela expedição de Martim Afonso de Souza, que possuía três finalidades: iniciar o povoamento da área colonial, realizar a exploração econômica e proteger o litoral contra a presença de estrangeiros.

Para efetivar o povoamento, Martim Afonso de Souza fundou a vila de São Vicente, em 1532 e o primeiro engenho: Engenho do Governador. Também iniciou a distribuição de sesmarias, isto é, grandes lotes de terra para pessoas que se dispusessem a explorá-los. Com este expedição, o sistema de capitanias hereditárias começou a ser adotado, iniciando efetivamente o processo de colonização do Brasil.

ADMINISTRAÇÃO COLONIAL

A administração colonial portuguesa no Brasil girou entre dois eixos: o centralismo político - caracterizado por uma grande intervenção da Metrópole, para um melhor controle da área colonial; e o localismo político -marcado pela descentralização e atendia os interesses dos colonos, em virtude da autonomia dos poderes locais para com a Metrópole.

1. AS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS 
Implantadas em 1534, por D. João III, objetivavam garantir a posse colonial e compensar as sucessivas perdas mercantis do comércio com as Índias. Pelo sistema, o ônus da ocupação, exploração e proteção da colônia era transferido para a iniciativa privada. Semelhante processo de colonização já fora adotado pelos lusitanos nas ilhas do Atlântico.
O Brasil foi dividido em 14 capitanias que foram entregues as 12 donatários. O sistema de donatárias possuia sua base jurídica em dois documentos: 

-Carta de Doação: documento que estabelecia os direitos e deveres do donatário e outorgava a posse das terras ao capitão donatário. É importante notar que o donatário não possuia a propriedade da terra, mas sim a posse, o usufruto; cabendo ao rei o poder ou não de tomar a capitania de volta.

-Foral: documento que estabelecia os direitos e obrigações dos colonos. Pelo regime das donatárias, os capitães donatários possuíam amplos poderes administrativos, jurídicos e militares, sendo por isto caracterizado como um sistema de administração descentralizado.

FRACASSO DO SISTEMA 
O sistema de capitanias hereditárias, de um modo geral, fracassou. Na maioria dos casos, a falta de recursos financeiros para a exploração lucrativa justifica o insucesso.
Duas capitanias prosperaram: São Vicente e Pernambuco, ambas graças ao sucesso da agricultura canavieira.

Além do cultivo da cana, a capitania de São Vicente mantinha contatos com a região do Prata e iniciaram uma nova atividade comercial: a escravidão do índio.
Um outro fator para justificar o fracasso do sistema era a ausência de um órgão político metropolitano para um maior controle sobre os donatários. Este órgão será o Governo-Geral, criado com o intuito de coordenar a exploração econômica da colônia.

2. O GOVERNO-GERAL 
Com a criação do Governo-Geral em 1548, pelo chamado Regimento -documento que reafirmava a autoridade e soberania da Coroa sobre a colônia, e definia os encargos e direitos dos governadores-gerais -o Estado português assumia a tarefa de colonização, sem extinguir o sistema de capitanias hereditárias.
O Governador-Geral era nomeado pelo rei por um período de quatro anos e contava com três auxiliares: o provedor-mor, encarregado das finanças e responsável pela arrecadação de tributos; o capitão-mor, responsável pela defesa e vigilância do litoral e o ouvidor-mor, encarregado de aplicar a justiça.

A seguir, os governadores-gerais e suas principais realizações:

Tomé de Souza (1549/1553) 
-fundação de Salvador, em 1549, primeira cidade e capital do Brasil;
-criação do primeiro bispado do Brasil (1551);
-vinda dos primeiros jesuítas, chefiados por Manuel da Nóbrega, e início da catequese dos índios; -ampliação da distribuição de sesmarias;
-política de incentivos aos engenhos de açúcar;
-introdução das primeiras cabeças de gado;
-proibição da escravidão indígena e início da adoção da mão-de-­obra escrava africana.

Duarte da Costa (1553/1558) 
-conflitos entre colonos e jesuítas envolvendo a escravidão indígena;
-invasão francesa no Rio de Janeiro, em 1555 pelo huguenotes (protestantes), e fundação da França Antártica;
-fundação do Colégio de São Paulo, no planalto de Piratininga pelos jesuítas José de Anchieta e Manuel de Paiva;
-conflito do governador com o bispo Pero Fernandes Sardinha, em virtude da vida desregrada de D. Álvaro da Costa, filho do governador;

Mem de Sá (1558/1572) 
-aceleração da política de catequese, como forma de efetivar o domínio sobre os indígenas;
-início dos aldeamentos indígenas de jesuítas, as chamadas missões;
-restabelecimento das boas relações com o bispado;
-expulsão dos franceses e fundação da Segunda cidade do Brasil, São Sebastião do Rio de Janeiro, em 1565.

Com a morte de Mem de Sá, a Metrópole dividiu a administração da colônia entre dois governos: D. Luís de Brito, que se instalou em Salvador, a capital do Norte,e; ao sul, D. Antônio Salema, instalado no Rio de Janeiro.

UNIÃO IBÉRICA (1580/1640) 
D. Sebastião, rei de Portugal, morreu em 1578 durante a batalha de Alcácer-Quibir contra os mouros sem deixar herdeiros diretos. Entre 1578 e 1580 o reino de Portugal foi governado por D. Henrique, tio-avó de D. Sebastião - que também morreu sem deixar herdeiros.
Foi neste contexto que o rei da Espanha, Filipe II, neto de D. Manuel invadiu Portugal com suas tropas e assumiu o trono, iniciando o período da União Ibérica, onde Portugal ficou sob domínio da Espanha até 1640.
Com o domínio espanhol sob Portugal, as colônias portuguesas ficaram sob a autoridade da Espanha. Este domínio implicou mudanças na administração colonial: houve um aumento da autoridade do provedor-mor para reprimir as corrupções administrativas; houve uma divisão da colônia em dois Estados: o Estado do Maranhão ( norte ) e o Estado do Brasil ( sul ), com o objetivo de exercer um maior controle sobre a região.

Outras conseqüências da União Ibérica: suspensão temporária dos limites impostos pelo Tratado de Tordesilhas, contribuindo para a chamada expansão territorial; invasão holandesa no Brasil.

RESTAURAÇÃO (1640) 
Movimento lusitano pela restauração da autonomia do reino de Portugal, liderado pelo duque de Bragança. Após a luta contra o domínio espanhol, inicia-se uma nova dinastia em Portugal -a dinastia de Bragança.

O domínio espanhol arruinou os cofres portugueses e levou Portugal a perder importantes áreas coloniais, colocando Portugal em séria crise econômico-financeira. D. João IV intensifica a exploração colonial criando um órgão chamado Conselho Ultramarino.
Através do Conselho Ultramarino, o controle sobre a colônia não era apenas econômico, mas também político: as Câmaras Municipais tiveram seus poderes diminuídos e passaram a obedecer ordens do rei e dos governadores.

D. João IV também oficializou a formação da Companhia Geral do Brasil, que teria o monopólio de todo o comércio do litoral brasileiro e o direito de cobrar impostos de todas as transações comerciais. Após pressões coloniais, a Companhia foi extinta em 1720.

AS CÂMARAS MUNICIPAIS 
Os administradores das vilas, povoados e cidades reuniam-se na Câmaras Municipais, que garantiam a participação política dos senhores de terra. As Câmaras Municipais eram compostas por vereadores, chamados "homens bons" ( grandes proprietários de terra e de escravos). A presidência da Câmara ficava a cargo de um juíz.

As Câmaras Municipais representavam o localismo político na luta contra o centralismo administrativo português.

A IGREJA E A COLONIZAÇÃO 
A igreja Católica teve um papel de destaque na colonização americana.
Várias ordens religiosas atuaram no Brasil -carmelitas, dominicanos, beneditinos entre outras -com destaque para a Companhia de Jesus, os jesuítas.

A Companhia de Jesus, criada em 1534, por Inácio de Loyola, surgiu no contexto da Contra-Reforma e com o objetivo de consolidar e ampliar a fé católica pela catequese e pela educação.

A ação catequista dos jesuítas na colônia gerou um intenso conflito com os colonos, que queriam escravizar os índios. A existência de um grande número de índios nos aldeamentos de índios - as Missões, atraía a cobiça dos colonos, que destruíam as Missões e vendiam os índios como escravos.

A Companhia de Jesus, pela catequese, não tinha exatamente intensões humanitárias, pois dominavam culturalmente os índios, facilitando sua submissão à colonização e impondo um novo modo de vida. O excedente de produção - realizado pelo trabalho indígena - era comercializado pelos jesuítas. A catequização do índio fortaleceu e incentivou a escravidão negra, pelo tráfico negreiro.

ECONOMIA COLONIAL 
A primeira atividade econômica na colônia foi a extração do pau-­brasil ( período pré-colonial ). A extração era efetuada pelos indígenas e em troca do trabalho, os europeus davam produtos manufaturados de baixa qualidade. Esse comércio é chamado de escambo.

A atividade econômica que efetivou a colonização brasileira foi o cultivo da cana-de-açúcar.
EMPRESA AGRÍCOLA COMERCIAL -A CANA-DE-AÇÚCAR
No contexto do antigo Sistema Colonial, o Brasil foi uma colônia de exploração. Sendo assim, a economia colonial brasileira será de caráter complementar e especializada, visando atender às necessidades mercantilistas. A exploração colonial será uma importante fonte de riquezas para os Estados Nacionais da Europa.

Portugal não encontrou, imediatamente, os metais preciosos na área colonial. Para efetivar a posse colonial e exploração da área, a Metrópole instala no Brasil a colonização baseada na lavoura da cana-­de-açúcar com trabalho escravo.
Por que açúcar?

O açúcar era um produto muito procurado na Europa e, além disto, Portugal já tinha uma experiência anterior nas ilhas do Atlântico. Contribuiu também o clima e solo favoráveis na colônia.

Estrutura de produção 
Para atender as necessidades do mercado consumidor europeu a produção teria de ser em larga escala, daí a existência do latifúndio (grande propriedade) e do trabalho escravo.
Latifúndio monocultor, escravista e exportador formam a base da economia colonial, também denominado PLANTATION.

As unidades açucareiras agro-exportadoras eram conhecidas por engenhos e estavam assim constituídas:

-terras para o plantio da cana;
-a casa-grande, que era a moradia do proprietário;
-a senzala, que abrigava os escravos;
-uma capela;
-a casa de engenho, onde se concentrava a principal tarefa produtiva de transformação da cana-de-açúcar.
A casa de engenho, por sua vez, era formada pela moenda, onde a cana era esmagada, extraindo-se o caldo; a casa das caldeiras, onde o caldo era engrossado ao fogo e, finalmente, a casa de purgar em que o melaço era colado em formas para secar. O açúcar, em forma de "pães de açúcar" era colocado em caixas de até 750 Kg e enviado para Portugal.

Havia dois tipos de engenhos. Engenhos reais eram aqueles movimentados por força hidráullica; e Engenhos Trapiches -mais comuns -movidos por tração animal. A produção de aguardente, utilizada no escambo de escravos, era realizada pelos "molinetes" ou "engenhocas".

Muitos fazendeiros não possuíam engenhos, sendo obrigados a moer a cana em outro engenho e pagando por isto, eram os chamados senhores obrigados.
Deve-se destacar a intensa participação dos holandeses na atividade açucareira no Brasil. Eram os responsáveis pelo financiamento na montagem do engenho do açúcar, transporte do açúcar para a Europa, refino e sua distribuição.

TRÁFICO NEGREIRO 
A implantação da escravidão na área colonial serviu de elemento essencial no processo de acumulação de capitais.

Os negros eram capturados na África e conduzidos para o Brasil em navios ( navios negreiros ), chamados de tumbeiros. Quando chegavam ao Brasil era exibidos como mercadorias nos principais portos.

A mão-de-obra africana contribui para a acumulação de capitais no tráfico -como mercadoria; em seguida, como força de trabalho na produção do açúcar.

ATIVIDADES SUBSIDIÁRIAS 
O mundo do açúcar será possível graças a existência de outras atividades econômicas que contribuem para a viabilidade da produção açucareira: a pecuária, o tabaco e a agricultura de subsistência.

Pecuária-atividade econômica essencial para a vida colonial. O gado era utilizado como força motriz, transporte e alimentação.

Atividade econômica voltada para atender as necessidades do mercado interno, a pecuária contribuiu para a interiorização colonial e usava o trabalho livre ( o boiadeiro ).
Tabaco-atividade econômica destinada ao escambo com as regiões africanas, onde era trocado por escravos. A principal área de cultivo era a Bahia. A produção do tabaco era realizada com mão-de-­obra escrava.
Lavoura de subsistência-responsável pela produção da alimentação colonial: mandioca e hortaliças. A força de trabalho era livre ( mestiços ).
A economia açucareira entra em crise a partir do século XVIII, dada a concorrência das Antilhas e da produção de açúcar na Europa, a partir da beterraba. No entanto, o açúcar sempre foi importante para a economia portuguesa, obedecendo ciclos de alta e baixa procura no mercado consumidor.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Classificação dos Seres Vivos

Introdução

Todos os seres vivos são formados por células, necessitam de alimento, precisam respirar, são capazes de se reproduzir e possuem uma composição química formada por substâncias orgânicas e inorgânicas.
As substâncias orgânicas são produzidas somente por seres vivos. São elas: proteínas, lipídeos, carboidratos, ácidos nucléicos e vitaminas.

As inorgânicas estão presentes na natureza e podem ser encontradas em elementos como o solo, rocha, etc. A água e os sais minerais (CA, I, Fé, Na, etc.) são excelentes exemplos deste tipo de substância.

A água tem destaque na constituição química de todos os seres vivos, ela representa de 75 a 85% de sua constituição. Ela é indispensável à vida e sua carência leva a dificuldade e, até mesmo, a impossibilidade do organismo realizar os transportes necessários ao seu equilíbrio e manutenção.

De acordo com seu tipo de célula, os seres vivos podem ser procariontes (com membrana celular, citoplasma e nucleóide) ou eucariontes (com membrana celular, citoplasma e núcleo). São seres procariontes: as bactérias, as algas azuis ou cianofícias. São eucariontes: os fungos, as plantas e os animais.

Quanto a sua classificação, os seres vivos estão atualmente divididos em cinco reinos: 

1. Reino Metazoa ou Animalia : composto por organismos pluricelulares e heterótrofos (não são capazes de produzir sua própria energia). Fazem parte deste grupo: animais invertebrados, vertebrados, aves, mamíferos, inclusive o homem.

2. Reino Metaphyta ou reino Plantae: seres pluricelulares que possuem células revestidas por uma membrana de celulose e que são autótrofos (capazes de produzir sua própria energia). Fazem parte deste grupo: vegetais inferiores (algas verdes, vermelhas ou marrons), vegetais intermediários (ex. samambaia) e vegetais superiores (plantas).

3. Reino Monera: composto por organismos unicelulares (formados por uma única célula) e procariontes (células que não possuem um núcleo organizado). Fazem parte deste reino: as bactérias e algas azuis ou cianobactérias (antigamente eram consideradas como vegetais inferiores).

4. Reino Fungi: composto por seres eucariontes (núcleo organizado e individualizado) que podem ser uni ou pluricelulares. Fazem parte deste reino: os fungos elementares e os fungos superiores (antigamente eles eram classificados como vegetais inferiores).

5. Reino Protista: formado por seres unicelulares e eucariontes. Estão presentes neste reino: protozoários (giárdias, amebas, tripanossomas) e algas inferiores ou eucariontes.


OBSERVAÇÃO: Os vírus não possuem classificação definida pois passam a realizar funções vitais somente após invadir a estrutura celular, seqüestrando os componentes que a célula necessita para formar novos vírus.

Carga elétrica

Os fios de cabelo eletrizados repelem-se mutuamente em razão do contato das mãos com o gerador de Van de Graaf
Os fios de cabelo eletrizados repelem-se mutuamente em razão do contato das mãos com o gerador de Van de Graaf

Quando falamos em Eletrostática estamos nos referindo a cargas elétricas estáticas, ou seja, cargas elétricas paradas. Embora não seja visível, a grande maioria dos materiais do nosso cotidiano é eletricamente neutra, ou seja, não apresenta efeitos elétricos. As mais diversas situações no nosso dia a dia nos mostram que existe eletricidade estática, por exemplo: nos dias mais secos, ao pentearmos os cabelos, eles ficam um pouco “alvoraçados” por conta das cargas elétricas.
Através de simples experiências em que atritamos dois corpos, vemos o fenômeno da eletrização. É através desse processo, o atrito, que ocorrem as transferências de elétrons de um corpo para outro. Por conta dessa transferência de elétrons, percebeu-se também uma força de atração e repulsão. Essa força se deve a uma propriedade da matéria denominada carga elétrica. Assim, podemos dizer que essa força é de natureza elétrica.
Como já mencionamos os dois tipos de força, atração e repulsão, podemos afirmar que existem dois tipos de cargas elétricas com comportamentos opostos. É sabido que as partículas elementares do átomo são os nêutrons, elétrons e prótons. Embora os prótons e elétrons tenham massas totalmente diferentes, eles possuem cargas elétricas opostas, ou seja, de mesmo módulo, porém de sinais contrários. Por conta de uma convenção, determinou-se que os prótons são portadores de cargas positivas e os elétrons são portadores de cargas negativas; já os nêutrons não possuem cargas.
No Sistema Internacional de Unidades (SI), a unidade de carga elétrica é o coulomb (C). O próton e o elétron, em módulo, possuem a mesma quantidade de carga elétrica. O valor da carga do próton e do elétron é denominado quantidade de carga elementar (e) e possui o valor de:
e=1,6 .10-19 C

Como 1 C é uma quantidade de carga elétrica muito grande, é comum a utilização dos seus submúltiplos:

1 mC (milicoulomb)= 10-3  C
1 μC (microcoulomb)= 10-6  C
1 nC (nanocoulomb)= 10-9  C

A quantidade de carga elétrica total (Q) será sempre um múltiplo inteiro (n) vezes o valor da carga elementar (e). Essa quantidade de carga pode ser determinada através da seguinte expressão:

 Q=n .e 

Como dissemos no início, quase todos os corpos estão eletricamente neutros. Tal fato acontece porque o número de prótons em uma molécula ou átomo é igual ao número de elétrons. Caso haja uma desigualdade entre o número de prótons e elétrons, teremos um íon. Os íons são moléculas ou átomos eletrizados. Portanto, podemos concluir que um corpo está eletrizado quando o número total de prótons é diferente do número total de elétrons. Dessa forma, um corpo estará eletrizado quando perde ou recebe elétrons.
Em todos os experimentos realizados até o momento, verifica-se que, em sistemas isolados, a quantidade de carga elétrica permanece constante. Essa lei é chamada de conservação da quantidade de carga elétrica. Portanto, podemos dizer que a carga elétrica não é criada e não se perde, ela apenas se transfere de um corpo para outro.

Princípio da eletrostática

Canudo atraindo pequenos pedaços de papel
Canudo atraindo pequenos pedaços de papel

Faça a seguinte experiência: pique um pedaço de papel em diversos pedacinhos, deixando-os sobre a mesa. Pegue um pente de plástico e passe-o diversas vezes no seu cabelo, lembrando que o cabelo não pode estar com creme. Após atritar o pente, aproxime-o dos pedacinhos de papel sobre a mesa. O que acontece? Você consegue explicar o fenômeno?
Ao que tudo indica, estamos diante de um fenômeno elétrico tal qual aconteceu com quem testava o âmbar lá da Grécia, na Antiguidade. Sabemos que as experiências realizadas provaram que os elétrons e prótons se atraem, como também provaram que elétrons se repelem mutuamente e que prótons também agem dessa maneira. Podemos dizer então que a propriedade que produz a atração ou a repulsão entre elétrons e prótons é denominada carga elétrica.
Pelo fato de os prótons e elétrons mostrarem comportamentos opostos, atribui-se um sinal positivo (no caso dos prótons) e outro negativo (no caso dos elétrons) para a carga elétrica de cada um deles. Dessa forma, podemos generalizar a interação entre essas partículas eletrizadas da seguinte forma:


Princípio da atração e repulsão
- Cargas elétricas do mesmo sinal se repelem
- Cargas elétricas de sinais contrários se atraem
Atração e repulsão entre cargas elétricas

Princípio da conservação das cargas elétricas
- Num sistema eletricamente isolado, o somatório das cargas elétricas permanece constante, ainda que sejam alteradas as quantidades de cargas positivas e negativas do sistema.
Vejamos a figura abaixo: nela consideramos um sistema formado por três corpos: A, B e C, isolados. Suponhamos que, de certa forma, haja troca de cargas entre eles. Ao final, suas cargas elétricas serão modificadas, mas a soma algébrica continuará constante. Veja que a soma algébrica das cargas era + 9, antes da troca de elétrons, e assim permaneceu após a troca.
Configuração antes e depois da troca de elétrons em um sistema isolado

Formação e Organização do Território Brasileiro

Mapa de ocupação estabelecido de acordo com o Tratado de Tordesilhas.

O território do Brasil ocupa uma área de 8 514 876 Km². Em virtude da extensão territorial, o Brasil é considerado um país continental por ocupar grande parte do continente da América do Sul. O país se encontra em quinto lugar em tamanho de território.

A população brasileira está irregularmente distribuída, pois grande parte da população habita em região litorânea do território, onde se encontram as maiores cidades do país. Isso nada mais é do que herança histórica, a forma com que o Brasil foi povoado, os primeiros núcleos urbanos surgiram no litoral.

Até o século XVI o Brasil possuía apenas a área estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494 por Portugal e Espanha, tratado que dividia as terras da América do Sul entre Portugal e Espanha.

Os principais acontecimentos históricos que contribuíram para o povoamento do país foram:

No século XVI: a ocupação se limitava ao litoral, a principal atividade econômica desse período foi o cultivo de cana para produzir o açúcar, produto muito apreciado na Europa, a produção era destinada a exportação. As propriedades rurais eram grandes extensões de terra, cultivadas com força de trabalho escrava. O crescimento da exportação urbanizou o litoral com os primeiros centros urbanos, as cidades portuárias.

Século XVII e XVIII: foram marcados pela produção pastoril que adentrou a oeste do país, e também pela descoberta de jazidas de ouro e diamante nos estados de Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso. Esse período foi chamado de aurífero, no qual fez surgir várias cidades.

Século XIX: a atividade que contribuiu para o processo de urbanização foi a produção de café, principalmente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Essa atividade contribuiu para o surgimento de várias cidades.

Progressão Aritimetica ( P.A.)

* Progressão Aritimetica ( P.A.)
Ex: Uma empresa Produziu, no ano de 2005, 100 mil unidades de um certo produto. Quanto produzirá anualmente, de 2005 á 2010, se o aumento anual de produção for estabelecido em 20 mil unidades?


Ex:
      2005 ------> 100.000
      2006 ------> 120.000
      2007 ------> 140.000
      2008 ------> 160.000
      2009 ------> 180.000
      2010 ------> 200.000


(100.000,120.000,140.000,160.000,180.000,200.000)
Rasão da P.A. 20.000


Definição: É toda a sequência de números na qual a diferença entre cada terrmo, apartir do 2° e o anterior é constante. Essa diferença constante e chamada razão da P.A. que e representada pela letra r.


Ex¹: (2,7,12,17...) é uma P.A de r= 5>0 logo e uma P.A crescente.
Ex²: (20,10,0,-10,-20) é uma P.A de r= -10<0 logo e uma P.A decrescente.


Fórmula do termo geral de uma P.A.
[an = a¹+(n-1).r]


an - Termo geral
- 1° termo
n - N° de termos
r - razão


1°. Determine o 10° termo da P.A.
Ex¹: (2,8,14...)


a10= ?            a10= a¹+9r
a¹= 2             a10= 2+9.6
r= 6              a10= 56




2°. Encontre o 13° termo da P.A.



a13= ?            a13= a¹+12r
a¹= 5             a13= 5+12.4
r= 4              a13= 53

terça-feira, 24 de abril de 2012

FIGURAS DE LINGUAGEM

METÁFORA

É o emprego de uma palavra com o significado de outra em vista de uma relação de semelhanças entre ambas. É uma comparação subentendida.

Exemplo:

Minha boca é um
tumulo.

Essa rua é um verdadeiro deserto.


COMPARAÇÃO

Consiste em atribuir características de um ser a outro, em virtude de uma determinada semelhança.

Exemplo:

O meu coração está igual a um céu
cinzento.

O carro dele é rápido como um avião.


PROSOPOPÉIA


É uma figura de linguagem que atribui características humanas a seres inanimados. Também podemos chamá-la de PERSONIFICAÇÃO.

Exemplo:

O céu está mostrando sua
face mais bela.

O cão mostrou grande sisudez.


SINESTESIA

Consiste na fusão de impressões sensoriais diferentes.

Exemplo:

Raquel tem um olhar
frio, desesperador.

Aquela criança tem um olhar tão
doce.


CATACRESE

É uma metáfora desgastada, tão usual que já não percebemos. Assim, a catacrese é o emprego de uma palavra no sentido figurado por falta de um termo próprio.

Exemplo:

O menino quebrou o
braço da cadeira.

A
manga da camisa rasgou.


METONÍMIA

É a substituição de uma palavra por outra, quando existe uma relação lógica, uma proximidade de sentidos que permite essa troca. Ocorre metonímia quando empregamos:

- O autor pela obra.

Exemplo:

Li
Jô Soares dezenas de vezes. (a obra de Jô Soares)


- o continente pelo conteúdo.

Exemplo:

O
ginásio aplaudiu a seleção. (ginásio está substituindo os torcedores)


- a parte pelo todo.

Exemplo:

Vários brasileiros vivem sem
teto, ao relento. (teto substitui casa)


- o efeito pela causa.

Exemplo:

Suou muito para conseguir a casa própria. (suor substitui o trabalho)


PERÍFRASE

É a designação de um ser através de alguma de suas características ou atributos, ou de um fato que o celebrizou.

Exemplo:

A
Veneza Brasileira também é palco de grandes espetáculos. (Veneza Brasileira = Recife)

A Cidade Maravilhosa está tomada pela violência.(Cidade Maravilhosa = Rio de Janeiro)


ANTÍTESE

Consiste no uso de palavras de sentidos opostos.

Exemplo:


Nada com Deus é tudo.

Tudo sem Deus é nada.


EUFEMISMO

Consiste em suavizar palavras ou expressões que são desagradáveis.

Exemplo:


Ele foi repousar no céu, junto ao Pai. (repousar no céu = morrer)

Os homens públicos envergonham o povo. (homens públicos = políticos)


HIPÉRBOLE

É um exagero intencional com a finalidade de tornar mais expressiva a idéia.

Exemplo:

Ela chorou
rios de lágrimas.

Eu quase
morri de susto, por sua causa.


IRONIA

Consiste na inversão dos sentidos, ou seja, afirmamos o contrário do que pensamos.

Exemplo:

Que aluno
 inteligente, não sabe nem somar.

Se você gritar mais alto, eu agradeço.

ONOMATOPÉIA

Consiste na reprodução ou imitação do som ou voz natural dos seres.

Exemplo:

Com o
au-au dos cachorros, os gatos desapareceram.

Miau-miau. – Eram os gatos miando no telhado a noite toda.


ALITERAÇÃO

Consiste na repetição de um determinado som consonantal no início ou interior das palavras.

Exemplo:

O
rato roeu a roupa do rei de Roma.


ELIPSE

Consiste na omissão de um termo que fica subentendido no contexto, identificado facilmente.

Exemplo:


Após a queda, nenhuma fratura.


ZEUGMA

Consiste na omissão de um termo já empregado anteriormente.

Exemplo:

Ele
come carne, eu verduras.


PLEONASMO

Consiste na intensificação de um termo através da sua repetição, reforçando seu significado.

Exemplo:

Nós
cantamos um canto glorioso.

Menino, desce dai de cima e entra pra dentro.

POLISSÍNDETO

É a repetição da conjunção entre as orações de um período ou entre os termos da oração.

Exemplo:

Chegamos de viagem
e tomamos banho e saímos para dançar.


ASSÍNDETO

Ocorre quando há a ausência da conjunção entre duas orações.

Exemplo:

Chegamos de viagem
, tomamos banho, depois saímos para dançar.


ANACOLUTO

Consiste numa mudança repentina da construção sintática da frase.

Exemplo:


Ele, nada podia assustá-lo.

Nota: o anacoluto ocorre com freqüência na linguagem falada, quando o falante interrompe a frase, abandonando o que havia dito para reconstruí-la novamente.

ANAFÓRA

Consiste na repetição de uma palavra ou expressão para reforçar o sentido, contribuindo para uma maior expressividade.

Exemplo:


Cada alma é uma escada para Deus,

Cada alma é um corredor-Universo para Deus,

Cada alma é um rio correndo por margens de Externo

Para Deus e em Deus com um sussurro noturno. (Fernando Pessoa)


SILEPSE

Ocorre quando a concordância é realizada com a idéia e não sua forma gramatical. Existem três tipos de silepse: gênero, número e pessoa.

De gênero.

Exemplo:

Vossa excelência está preocupado com as notícias. (a palavra vossa excelência é feminina quanto à forma, mas nesse exemplo a concordância se deu com a pessoa a que se refere o pronome de tratamento e não com o sujeito).

De número.

Exemplo:

A
boiada ficou furiosa com o peão e derrubaram a cerca. (nesse caso a concordância se deu com a idéia de plural da palavra boiada).

De pessoa

Exemplo:

As mulheres decidimos não votar em determinado partido até prestarem conta ao povo.(nesse tipo de silepse, o falante se inclui mentalmente entre os participantes de um sujeito em 3ª pessoa).

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Variações linguísticas - O modo de falar do brasileiro

Toda língua possui variações linguísticas. Elas podem ser entendidas por meio de sua história no tempo (variação histórica) e no espaço (variação regional). As variações linguísticas podem ser compreendidas a partir de três diferentes fenômenos.
1) Em sociedades complexas convivem variedades linguísticas diferentes, usadas por diferentes grupos sociais, com diferentes acessos à educação formal; note que as diferenças tendem a ser maiores na língua falada que na língua escrita;
2) Pessoas de mesmo grupo social expressam-se com falas diferentes de acordo com as diferentes situações de uso, sejam situações formais, informais ou de outro tipo;
3) Há falares específicos para grupos específicos, como profissionais de uma mesma área (médicos, policiais, profissionais de informática, metalúrgicos, alfaiates, por exemplo), jovens, grupos marginalizados e outros. São as gírias e jargões.
Assim, além do português padrão, há outras variedades de usos da língua cujos traços mais comuns podem ser evidenciados abaixo.

Uso de “r” pelo “l” em final de sílaba e nos grupos consonantais: pranta/planta; broco/bloco.
Alternância de “lh” e “i”: muié/mulher; véio/velho.
Tendência a tornar paroxítonas as palavras proparoxítonas: arve/árvore; figo/fígado.
Redução dos ditongos: caxa/caixa; pexe/peixe.
Simplificação da concordância: as menina/as meninas.
Ausência de concordância verbal quando o sujeito vem depois do verbo: “Chegou” duas moças.
Uso do pronome pessoal tônico em função de objeto (e não só de sujeito): Nós pegamos “ele” na hora.
Assimilação do “ndo” em “no”( falano/falando) ou do “mb” em “m” (tamém/também).
Desnasalização das vogais postônicas: home/homem.
Redução do “e” ou “o” átonos: ovu/ovo; bebi/bebe.
Redução do “r” do infinitivo ou de substantivos em “or”: amá/amar; amô/amor.
Simplificação da conjugação verbal: eu amo, você ama, nós ama, eles ama.



Variações regionais: os sotaques

Se você fizer um levantamento dos nomes que as pessoas usam para a palavra "diabo", talvez se surpreenda. Muita gente não gosta de falar tal palavra, pois acreditam que há o perigo de evocá-lo, isto é, de que o demônio apareça. Alguns desses nomes aparecem em o "Grande Sertão: Veredas", Guimarães Rosa, que traz uma linguagem muito característica do sertão centro-oeste do Brasil:

Demo, Demônio, Que-Diga, Capiroto, Satanazim, Diabo, Cujo, Tinhoso, Maligno, Tal, Arrenegado, Cão, Cramunhão, O Indivíduo, O Galhardo, O pé-de-pato, O Sujo, O Homem, O Tisnado, O Coxo, O Temba, O Azarape, O Coisa-ruim, O Mafarro, O Pé-preto, O Canho, O Duba-dubá, O Rapaz, O Tristonho, O Não-sei-que-diga, O Que-nunca-se-ri, O sem gracejos, Pai do Mal, Terdeiro, Quem que não existe, O Solto-Ele, O Ele, Carfano, Rabudo.

Drummond de Andrade, grande escritor brasileiro, que elabora seu texto a partir de uma variação linguística relacionada ao vocabulário usado em uma determinada época no Brasil.

Antigamente
"Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio."

Como escreveríamos o texto acima em um português de hoje, do século 21? Toda língua muda com o tempo. Basta lembrarmos que do latim, já transformado, veio o português, que, por sua vez, hoje é muito diferente daquele que era usado na época medieval.

 

Língua e status

Nem todas as variações linguísticas têm o mesmo prestígio social no Brasil. Basta lembrar de algumas variações usadas por pessoas de determinadas classes sociais ou regiões, para perceber que há preconceito em relação a elas.

Veja este texto de Patativa do Assaré, um grande poeta popular nordestino, que fala do assunto:

O Poeta da Roça
Sou fio das mata, canto da mão grossa,
Trabáio na roça, de inverno e de estio.
A minha chupana é tapada de barro,
Só fumo cigarro de paia de mío.

Sou poeta das brenha, não faço o papé
De argun menestré, ou errante cantô
Que veve vagando, com sua viola,
Cantando, pachola, à percura de amô.
Não tenho sabença, pois nunca estudei,
Apenas eu sei o meu nome assiná.
Meu pai, coitadinho! Vivia sem cobre,
E o fio do pobre não pode estudá.

Meu verso rastero, singelo e sem graça,
Não entra na praça, no rico salão,
Meu verso só entra no campo e na roça
Nas pobre paioça, da serra ao sertão.
(...)

Você acredita que a forma de falar e de escrever comprometeu a emoção transmitida por essa poesia? Patativa do Assaré era analfabeto (sua filha é quem escrevia o que ele ditava), mas sua obra atravessou o oceano e se tornou conhecida mesmo na Europa.

Leia agora, um poema de um intelectual e poeta brasileiro, Oswald de Andrade, que, já em 1922, enfatizou a busca por uma "língua brasileira".

Vício na fala
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados.

Uma certa tradição cultural nega a existência de determinadas variedades linguísticas dentro do país, o que acaba por rejeitar algumas manifestações linguísticas por considerá-las deficiências do usuário. Nesse sentido, vários mitos são construídos, a partir do preconceito linguístico.

"Descobrimento do Brasil" - Resumo

Em 22 de abril de 1500 chegava ao Brasil 13 caravelas portuguesas lideradas por Pedro Álvares Cabral. A primeira vista, eles acreditavam tratar-se de um grande monte, e chamaram-no de Monte Pascoal. No dia 26 de abril, foi celebrada a primeira missa no Brasil.

Após deixarem o local em direção à Índia, Cabral, na incerteza se a terra descoberta tratava-se de um continente ou de uma grande ilha, alterou o nome para Ilha de Vera Cruz. Após exploração realizada por outras expedições portuguesas, foi descoberto tratar-se realmente de um continente, e novamente o nome foi alterado. A nova terra passou a ser chamada de Terra de Santa Cruz. Somente depois da descoberta do pau-brasil, ocorrida no ano de 1511, nosso país passou a ser chamado pelo nome que conhecemos hoje: Brasil. 

A descoberta do Brasil ocorreu no período das grandes navegações, quando Portugal e Espanha exploravam o oceano em busca de novas terras. Poucos anos antes da descoberta do Brasil, em 1492, Cristóvão Colombo, navegando pela Espanha, chegou a América, fato que ampliou as expectativas dos exploradores. Diante do fato de ambos terem as mesmas ambições e com objetivo de evitar guerras pela posse das terras, Portugal e Espanha assinaram o Tratado de Tordesilhas, em 1494. De acordo com este acordo, Portugal ficou com as terras recém descobertas que estavam a leste da linha imaginária ( 200 milhas a oeste das ilhas de Cabo Verde), enquanto a Espanha ficou com as terras a oeste desta linha. 

Mesmo com a descoberta das terras brasileiras, Portugal continuava empenhado no comércio com as Índias, pois as especiarias que os portugueses encontravam lá eram de grande valia para sua comercialização na Europa. As especiarias comercializadas eram: cravo, pimenta, canela, noz moscada, gengibre, porcelanas orientais, seda, etc. Enquanto realizava este lucrativo comércio, Portugal realizava no Brasil o extrativismo do pau-brasil, explorando da Mata Atlântica toneladas da valiosa madeira, cuja tinta vermelha era comercializada na Europa. Neste caso foi utilizado o escambo, ou seja, os indígenas recebiam dos portugueses algumas bugigangas (apitos, espelhos e chocalhos) e davam em troca o trabalho no corte e carregamento das toras de madeira até as caravelas. 

Foi somente a partir de 1530, com a expedição organizada por Martin Afonso de Souza, que a coroa portuguesa começou a interessar-se pela colonização da nova terra. Isso ocorreu, pois havia um grande receio dos portugueses em perderem as novas terras para invasores que haviam ficado de fora do tratado de Tordesilhas, como, por exemplo, franceses, holandeses e ingleses. Navegadores e piratas destes povos, estavam praticando a retirada ilegal de madeira de nossas matas. A colonização seria uma das formas de ocupar e proteger o território. Para tanto, os portugueses começaram a fazer experiências com o plantio da cana-de-açúcar, visando um promissor comércio desta mercadoria na Europa.

Devemos Lembrar que já existia a possibilidade de Portugal desconfiar que existiam terras na região - podemos perceber pelo fato do Rei de Portugal ter brigado para o prolongamento da distância do Tratado de Tordesilhas - portanto podemos dizer que o Brasil não foi descoberto e sim "achado" ou, na melhor das hipóteses, conquistado, pois já existiam pessoas morando aqui, os índios!

Estado Moderno - Resumo

O Estado Moderno nasceu na segunda metade do século XV, a partir do desenvolvimento do capitalismo mercantil nos países como a França, Inglaterra e Espanha, e mais tarde na Itália. Foi na Itália que surgiu o primeiro teórico a refletir sobre a formação dos Estados Modernos, Nicolau Maquiavel, que no início de 1500 falou que os Estados Modernos fundam-se na força. Entre as características do Estado Moderno estão:
Soberania do Estado: o qual não permite que sua autoridade dependa de nenhuma outra autoridade
Distinção entre Estado e sociedade civil: evidencia-se com a ascensão da burguesia, no século XVII

O Estado Absolutista
O absolutismo é a primeira forma de Estado moderno.

O Estado Liberal
apresenta-se como desdobramento lógico da separação entre o publico e o privado ou pessoal.

O Liberalismo Econômico
Ser burguês liberal no século XVIII significava recusar qualquer intervencionismo estatal na economia.

O Liberalismo Político
A teoria liberal do Estado fundamentava-se na competição de uma sociedade dividida, portanto, estimulava as partes a não se submeterem ao todo, cada um cuidava da sua vida, mas a administra-lo em condições de igualdade.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Crise do Feudalismo

Durante a crise feudal, a Peste Negra diminuiu os contingentes populacionais da Europa. 
Durante a crise feudal, a Peste Negra diminuiu os contingentes populacionais da Europa.

O crescimento demográfico, observado na Europa a partir do século X, modificou o modelo autossuficiente dos feudos. Entre os séculos XI e XIII a população europeia mais que dobrou. O aumento das populações impulsionou o crescimento das lavouras e a dinamização das atividades comerciais. No entanto, essas transformações não foram suficientes para suprir a demanda alimentar daquela época. Nesse período, várias áreas florestais foram utilizadas para o aumento das regiões cultiváveis.

A discrepância entre a capacidade produtiva e a demanda de consumo retraiu as atividades comerciais e a dieta alimentar das populações se empobreceu bastante. Em condições tão adversas, o risco de epidemias se transformou em um grave fator de risco. No século XIV, a peste negra se espalhou entre as populações causando uma grande onda de mortes que ceifou, aproximadamente, um terço da Europa. No século XV, o contingente populacional europeu atingia a casa dos 35 milhões de habitantes.

A falta de mão de obra disponível reforçou a rigidez anteriormente observada nas relações entre senhores e servos. Temendo perder os seus servos, os senhores feudais criavam novas obrigações que reforçassem o vínculo dos camponeses com a terra. Além disso, o pagamento das obrigações sofreu uma notória mudança com a reintrodução de moedas na economia da época. Os senhores feudais preferiam receber parte das obrigações com moedas que, posteriormente, viessem a ser utilizadas na aquisição de mercadorias e outros gêneros agrícolas comercializados em feiras.

Os camponeses, nessa época, responderam ao aumento de suas obrigações com uma onda de violentos protestos acontecidos ao longo do século XIV. As chamadas jacqueries foram uma série de revoltas camponesas que se desenvolveram em diferentes pontos da Europa. Entre 1323 e 1328, os camponeses da região de Flandres organizaram uma grande revolta; no ano de 1358 uma nova revolta explodiu na França; e, em 1381, na Inglaterra.

Passadas as instabilidades do século XIV, o contingente populacional cresceu juntamente com a produção agrícola e as atividades comerciais. Em contrapartida, a melhoria dos índices sociais e econômicos seguiu-se de novos problemas a serem superados pelas sociedades europeias. A produção agrícola dos feudos não conseguia abastecer os centros urbanos e os centros comerciais não conseguiam escoar as mercadorias confeccionadas.

Ao mesmo tempo, o comércio vivia grandes entraves com o monopólio exercido pelos árabes e pelas cidades italianas. As rotas comerciais e feiras por eles controladas inseriam um grande número de intermediários, encarecendo o valor das mercadorias vindas do Oriente. Como se não bastassem os altos preços, a falta de moedas impedia a dinamização das atividades comerciais do período. Nesse contexto, somente a busca de novos mercados de produção e consumo poderiam amenizar tamanhas dificuldades. Foi assim que, nos séculos XV e XVI, a expansão marítimo-comercial se desenvolveu.